segunda-feira, 1 de junho de 2015

Prolapso da Válvula Mitral (PVM)





É o termo usado,quando a válvula não se fecha apropriadamente.
Isso pode ser causado por vários fatores diferentes. 
Na maioria dos casos é inofensivo, e os pacientes geralmente não sabem que têm o problema.
Em torno de 10% da população têm alguma forma menor,insignificante de prolapso da válvula mitral, mas isso normalmente não afeta seu estilo de vida.



A vávula mitral normal compõe-se em dois finos folhetos localizados entre o atrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. Estes folhetos, em formato de para-ligam-se à parede interna do ventrículo esquerdo por uma série de feixes tendinosos, chamados de cordoalhas. 
Quando o ventrículo se contrai, os folhetos da válvula mitral se ajustam perfeitamente, prevenindo o refluxo de sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. 
Quando os ventrículos se relaxam as válvulas as valvas se abrem permitindo que o sangue oxigenado dos pulmões encha o ventrículo esquerdo. Nos pacientes com Prolapso da Válvula Mitral o aparelho mitral (valvas e cordoalhas) é acometido por um processo chamado degeneração mixomatosa, onde a estrutura proteica do colágeno, o tecido que compõe as valvas, leva ao espessamento, alargamento e redundância dos folhetos e cordoalhas. 
Quando o ventrículo se contrai, os folhetos redundantes projetam-se (prolapsam) para o atrio esquerdo, chegando às vezes a permitir a regurgitação do sangue para dentro do átrio esquerdo. 
Quando importante, a regurgitação mitral pode levar a insuficiência cardíaca e a anormalidades do rítmo do coração. 


Resumindo: A válvula mitral ajuda o sangue no lado esquerdo do coração a fluir em uma única direção. Ela se fecha para evitar que o sangue retorne para a câmara superior quando o coração bate (contrai).




Muitos pacientes com Prolapso da Válvula Mitral não têm sintomas nem necessitam de tratamento. 
Pode estar associado com fadiga e palpitações. 
Pode frequentemente ser detectado pelo médico durante o exame do coração. 
E ser confirmado com o ecocardiograma. 
Os pacientes com prolapso da válvula mitral, geralmente recebem antibióticos antes de algum procedimento que possam introduzir bactérias na corrente sanguínea, incluindo trabalhos dentários e cirurgias. 
Muitos pacientes são totalmente assintomáticos,enquanto outros podem apresentar inúmeros sintomas como os descritos abaixo. 
A síndrome do Prolapso da Válvula Mitral tem uma forte tendência hereditária, embora a causa exata seja desconhecida. 

O prolapso da válvula mitral pode se desenvolver em qualquer pessoa e em qualquer idade.

Sintomas graves de prolapso da válvula mitral tendem a ocorrer com mais frequência em homens com mais de 50 anos.

Pessoas com histórico familiar de prolapso da válvula mitral também estão sujeitas a um risco maior de contrair a doença.
Os membros da família afetados frequentemente são altos, magros, com grandes dedos e coluna reta. São frequentemente acometidas mulheres entre vinte e quarenta anos, mas também os homens . 


Ela também pode estar relacionada a outras doenças, como:

-Síndrome de Marfan
-Síndrome de Ehlers-Danlos
-Anomalia de Ebstein
-Distrofia muscular
-Doença de Graves
-Escoliose
-Doença renal policística
-Osteogênese imperfeita.


Muitos pacientes com PVM de nada se queixam, mas dentre as queixas mais comuns está ,principalmente a fadiga. Talvez como resultado de um desequilíbrio do sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso autônomo controla a freqüência cardíaca e a respiração, de onde um desequilibrio poderia causar inadequeda 
oxigenação sangüínea durante exercício e, consequentemente, fadiga e palpitações. 
Em muitos pacientes com PVM a palpitação é o sintoma mais expressivo.Nestes pacientes existe um potencial para o aparecimento de sérias anormalidades do ritmo cardíaco, requerendo adequada avaliação e a instituição de tratamento apropriado. 
A dor aguda ou pontadas no peito prolongadas,são frequentes .
A dor no peito, raramente ocorre após o exercício,e pode não responder à medicamentos.
Ansiedade, ataque de pânico e depressão estão associados. 
Como a fadiga, estes sintomas talvez estejam relacionados ao desequilíbrio do sistema nervoso autônomo. 
O PVM pode estar associado ao derrame cerebral em pacientes jovens, nos quais pode ser observada uma tendência aumentada a coagulação sangüínea secundária a adesividade anormal dos elementos da coagulação,chamadas plaquetas. 
A infecção valvular, chamada de endocardite, é uma complicação rara, porém mais séria do PVM, requerendo internação e tratamento intenso com antibióticos e até mesmo, cirurgia.

É necessário salientar, entretanto, que a imensa maioria dos pacientes com PVM, evolui sem qualquer problema e sem necessitar nenhum tipo de restrição nos hábitos de vida. E, mais ainda, é muito frequente encontrar-se, durante um ecocardiograma, um prolapso da valva sem sinais de degeneração mixomatosa, condição benigna que só necessita de algum tipo de cuidado especial quando associada a regurgitação mitral.


Através do uso de um estetoscópio pode se detectar à ausculta cardíaca um estalido ("click") característico. 

Existe uma associação entre o escape ou regurgitação de sangue através da válvula mitral e um ruído ou sopro que pode ser escutado após o som do click. 
A ecocardiografia (imagem ultrassônica do coração) é bastante usado, podendo medir a intensidade do PVM e graduar a regurgitação mitral. 

Um holter de 24h permite estudar a atividade elétrica do coração durante período convencional de 24 horas. Um eletrocardiograma será gravado, em aparelho especial que o paciente transportará acoplado na cintura e conectado com eletrodos no peito, durante 24 horas de atividades habituais. Posteriormente, os "batimentos 
cardíacos" gravados serão analisados em um computador, para estabelecer o ritmo e os distúrbios do ritmo do coração, frente às atividades de vigília (acordado) e durante o sono.
Além disso, pode-se avaliar e comparar os sintomas que porventura estejam presentes durante a gravação, juntamente com o aspecto morfológico do eletrocardiograma,achado de arritmias ou "isquemia".

O teste de esforço em esteira ou bicicleta permite registrar anormalidades do ritmo cardíaco ou isquemia (diminuição da irrigação sanguínea) durante o exercício e ajuda o médico a decidir qual o nível de exercício satisfatório para o paciente. 

A vasta maioria dos pacientes com PVM tem excelente prognóstico e não necessita de tratamento, bastando apenas a execução anual dos exames de rotina, incluindo o ecocardiograma. 

Se o paciente tiver prolapso importante da válvula mitral, é necessário acompanhamento médico frequente e 

em alguns casos, talvez seja necessário permanecer no hospital em observação. Poderá ser necessária uma cirurgia para reparar ou substituir a válvula se o paciente apresentar regurgitação mitral grave ou se os sintomas piorarem. 

Pacientes com PVM e regurgitação mitral ou mesmo sem regurgitação, mas com evidência de degeneração mixomatosa ao ecocardiograma, usualmente devem tomar antibióticos antes de qualquer procedimento capaz de levar à introdução de bactérias na corrente sanguinea.



Procure o seu médico.
Faça uma avaliação,
Pelo menos uma vez ao ano.

Cuide bem do seu coração.

Até a próxima!


Fontes e referências

Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro
Sociedade Brasileira de Cardiologia
Instituto de Cardiologia do Rio de Janeiro
Hospital Israelita Albert Einstein

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